Impresso em: 27/04/2024 12:52:42
Fonte: http://www.miratocantins.com.br/noticia.php?l=2332802bf9ac7f415be00f61ecd686b2

A saga política de Miracema

05/12/2014 11:26:29

A saga política de Miracema

A partir da criação do Estado do Tocantins, em 1988, Miracema então do Norte, escolhida para ser capital do mais novo estado brasileiro, convive politicamente com duas facções: o tradicional, a favor e contra, situação e oposição e até o absurdo, mandantes e adversários, eu mando e tu obedece.

Mesmo quando o então prefeito rezava na cartilha do governador, como aconteceu com Borba e depois seu vice Osmar, perante Siqueira Campos e Boanerges, perante Moisés Avelino, Miracema do Tocantins era sempre colocada em plano inferior, talvez por ter sido capital provisória em detrimento de Gurupi, Porto Nacional e Araguaina, que queriam o status para transformar-se capital definitiva.

Estes governantes mergulharam Miracema num caos infinito onde os administradores davam braçadas em lamas para manterem-se pelo mesmo boiando num pântano de amargura.

A boa nova veio com o governo de Marcelo Miranda que - mesmo com o prefeito do município como oposição - se pouco fez, pelo menos honrava os dias 7 de dezembro (quando Miracema é capital por um dia) e deu o pontapé inicial para a construção da Ponte Padre Cícero, ao lançar o edital para a realização de um sonho miracemense.

Mas a alegria durou pouco. Pelos mesmos erros de outros, Marcelo foi cassado, rompendo com isso o fio de esperança da terra de Eurípedes Coelho, Delfino Araújo, Oscar Sardinha e outros ícones da história da outrora pacata cidade.

Gaguin, em seu diminuto governo, deu andamento e deixou a ponte quase concluída. Se isso não fizesse, possivelmente ainda não teríamos ponte, isto porque, o interesse de parte da mídia e a astucia dos opositores, fê-lo perder a eleição por pouco; muito pouco mesmo.

Sem reconhecer a hora de parar, Siqueira voltou ao governo pela quarta vez e conseguiu obscurecer os três anteriores. Quem sabe, no Senado, teria uma saída honrosa.

O retrocesso do Estado provocado pelas péssimas administrações de Siqueira Campos e seu sucessor Sandoval Cardoso - que para Miracema, simbolicamente, parecia um pé de gigante, pressionando o peito de individuo para as profundezas do pântano – deixou os miracemenses feridos de morte: auto estima baixo, amor próprio subtraído e desconfiança e descrédito generalizado.

Agora, no apagar da luzes deste fúnebre período, Marcelo está de volta. De volta também as esperanças perdidas, o resgate social e o respeito à primeira capital do Tocantins.

Aquele governador que olha nos olhos, que aperta a mão olhando para o cumprimentado, que emociona-se durante uma fala e sorri sem defende-se da fotografia, que respeita o adversário político o tanto quando o aliado, enfim, aquele governante que não traduz adversário por inimigo, chega para, quem sabe, assoprar a brasa que sobrou entre as cinzas daquela que é a mãe do Tocantins, porque o Estado nasceu a partir dela.

O miracemense é tão forte, bastante resistente e até suficientemente sonhador que, basta um sopro de vida, através do assoprar desta brasa da esperança, que logo transformar-se-á numa tocha que ajudará iluminar a si e aos irmão municípios tocantinenses.