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Fonte: http://www.miratocantins.com.br/noticia.php?l=bcaa2314862ca8094e1c1e162d53245f

Miracema mergulhada num caos social – III

01/07/2013 10:57:31

Miracema mergulhada num caos social – III

O Fim


 

... Depois de ver frustrada a volta por cima de Boanerges.


A ‘Família Pires’ em Miracema do Tocantins, por questões relevantes, não podia, ainda, disputar a prefeitura da primeira capital do Tocantins, mas, faltando cerca de quarenta dias para as eleições de 1996, buscou um gaúcho radicado em Miracema, produtor rural com excelência em administração (Ernesto Rotta Giordani), elegendo-o prefeito, mas com compromisso de não reeleição, pois a vez seria de um Pires.

Assim aconteceu: em 1º de janeiro de 1997, Giordani Rotta, como era conhecido o prefeito de melhor preparo intelectual e administrativo da história de Miracema, em todos os tempos. Honesto, leal, fiel, digno e honrado, mas não era politico.

Tornou a cidade visível e a zona rural transparente. Os números das contas da prefeitura tinham sincronismo com a realidade; Os servidores trabalhavam, não existia fantasmas. Merenda e remédio não faltavam e assistência social sobrava. Não era um grande construtor de obras físicas, mas construiu um povo socialmente assistido.
Vale a pena escrever de novo: Sua esposa, Dona Danda, foi a melhor e mais atuante das primeiras-damas que o município já teve.

Para 2001, Miracema queria Giordani Rotta de novo e os Pires queriam a lealdade do gaúcho.
Coerente com sua forma de ser, o prefeito abdicou de uma provável reeleição e cedeu o lugar da disputa para Manoel Pires dos Santos.
Como este já há muitos anos residia em Palmas (perdera o contato diário com a cidade) e era irmão de Raimundo Nonato Pires dos Santos (Raimundo Boi), foi rejeitado pela maioria dos eleitores que preferiram apostar numa solução caseira e elegeram Rainel Barbosa Araújo, desportista nato e genro do ex-prefeito e ex-deputado estadual Sebastião Borba dos Santos.

Era 1º de janeiro de 2001, quando Rainel Barbosa, fez seu juramento de posse.
Foram quatro anos difíceis, não por culpa exclusiva dele, mas de uma equipe de governo equivocada. Entre os males, sensacionalizados pela imprensa da Capital, está a inesquecível obra, a ‘Orla do Ponto de Apoio’ orçada na época em aproximadamente R$ 7 milhões, dos quais a prefeitura teria recebido pouco mais de R$ 1,8 mi, sem cumprir o equivalente na obra, perdendo assim a possibilidade de uma orla em Miracema, na margem esquerda do Rio Tocantins e consequentemente o restante do recurso federal.

Rainel terminou seu mandato mais pobre do que começou. Boicotado pelo governo de estado e sem parceria eficaz no governo federal, foi acusado injustamente de desvios de recursos ainda não comprovados, a despeito de alguns de seus colaboradores despontarem financeira e economicamente no mundo dos negócios.

Tentou a reeleição, com a bandeira de resgatar o que Miracema perdeu e deixou de ganhar, aproveitando a experiência dos acertos e desacertos do primeiro mandato, mas a maioria dos eleitores quis apostar em outro produtor rural: Antônio Evangelista Pereira Júnior.

Júnior Evangelista, como é conhecido, chegou ao poder em 2005, após manobras tucanas - logo depois da morte de seu irmão Adriano Milhomem - que derrubaram o então pretenso candidato a prefeito pelo PSDB, Carlos Augusto Cerqueira, filho do ex-prefeito por três mandato e ex-deputado estadual, Boanerges Moreira de Paula.

Foram quatro anos de realizações, a maioria com recursos federais, advindas das parcerias através do deputado federal Eduardo Gomes/PSDB e do senador João Ribeiro/PR.

O ponto fraco (ou forte) do prefeito ruralista foi a insistência em manter alguns secretários considerados por miracemenses como retrógados e incapazes, mas protegidos sobremaneira.
Como um dos exemplos vociferados pela cidade, sua irmã Márcia Milhomem, secretária de Finanças, transformada em desafeto de grande parte dos fornecedores, prestadores de serviço, servidores municipais e até colegas secretários e vereadores.

O filho de ex-vereador Antônio Evangelista, deixou a prefeitura sob lástimas e com supostas dívidas decantadas pela sucessora, próxima aos R$ 6 milhões.

Já nas eleições de 2008, sem querer voltar a um passado recente, e deveras satisfeitos com a atual administração, na esperança de mudanças radicais no secretariado, os miracemenses reelegeram Júnior Evangelista.

Ledo engano: o simpático, mas inseguro prefeito manteve sua irmã controlando o financeiro do município, entre outros secretários perpetuados, que corroboraram com quatro anos retrocedentes, salvos aqui e acolá, por inspirações divinas como a Casa do Idoso e a Secretaria da Educação.

A sola da bota do prefeito estava tão desgastada que seu referendado para assumir sua cadeira, ficou literalmente mal das pernas e não conseguiu suplantar a filha de Sebastião Borba, Magda Régia Borba, esposa do ex-prefeito questionado, Rainel Barbosa.

Desde 1º de janeiro deste ano, seis meses depois de assegurar em palanque que mudaria a cara de Miracema e anunciar que comporia um secretariado prioritariamente técnico/politico ou apenas técnico como segunda opção, Magda vê (mesmo sem admitir) Miracema do Tocantins amargar dias piores do que viveu nos últimos anos.

Mal (ou bem) comparando, Miracema subiu ‘acima de zero’ no conceito popular, nos quatro primeiros anos do mandato de Júnior Evangelista, e desceu nos quatro últimos, em queda livre, ficando estagnada em zero.

Agora, começa a descer abaixo de zero.
Assim como nossa seleção brasileira de futebol, subiu na ranking da FIFA até meados dos anos 2000, e caiu vertiginosamente até a ultima Copa América, agora, erguida das cinzas, vence a Copa das Confederações e o povo canta ‘O campeão voltou!’, vamos juntos, abraçar a causa Miracema, para mais tarde poder cantar ‘A pacata cidade voltou !’.