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Presidente do Afeganistão deixa país e admite vitória do Talibã, que assume controle do palácio presidencial

15/08/2021 08h36

— Foto: AP O presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, durante discurso na conferência de 2021 da Ásia Central e Sul em Tashkent, no Uzbequistão, em 16 de julho de 2021 — Foto: AP
Ashraf Ghani diz que deixou Afeganistão para evitar banho de sangue: 'O Talibã venceu ... e agora é responsável pela honra, propriedade e autopreservação de seus compatriotas', escreveu em rede social. Combatentes dizem que vão permitir a passagem de civis que queiram deixar o país.

O Talibã chegou neste domingo (15) a Cabul e entrou na capital do Afeganistão após horas de cerco e a fuga do presidente, Ashraf Ghani. O grupo extremista, que defendia uma rendição pacífica do governo, afirmou ter tomado controle do palácio presidencial.

Abdullah Abdullah, ex-vice-presidente e chefe do Conselho Superior para a Reconciliação Nacional, disse que Ghani "abandonou a nação".

Ghani disse que deixou o país para evitar um banho de sangue. Ele afirmou que "incontáveis patriotas seriam martirizados e a cidade de Cabul seria destruída" se permanecesse.

"O Talibã venceu ... e agora é responsável pela honra, propriedade e autopreservação de seus compatriotas", disse ele em um comunicado postado no Facebook.

"Agora eles enfrentam um novo teste histórico. Ou preservam o nome e a honra do Afeganistão ou dão prioridade a outros lugares e redes", acrescentou.

Segundo a rede egípcia Al Jazeera, um ex-guarda-costas do presidente informou que o Palácio presidencial foi entregue oficialmente ao Talibã.

Um alto oficial do Ministério do Interior afegão disse à agência de notícias Reuters que Ghani embarcou para o Tajiquistão, que faz fronteira com o norte do Afeganistão.

Já o ministro do Interior, Abdul Sattar Mirzakwal, gravou um vídeo em que garante uma "transferência pacífica de poder".

"Os afegãos não precisam se preocupar, não haverá ataque", disse o ministro. "Haverá uma transferência pacífica de poder para um governo de transição."

O cerco do Talibã em Cabul ocorre 20 anos depois de o grupo extremista ser expulso da capital afegã pelos Estados Unidos, que invadiram o país dias após os ataques de 11 de setembro de 2001, e em meio à retirada dos militares norte-americanos do país (leia mais adiante na reportagem).

Suhail Shaheen, porta-voz do Talibã, fez um "chamado ao presidente Ashraf Ghani" e a outros líderes para que atuem também em uma "transição pacífica de poder" para o grupo extremista islâmico.

"Nossa liderança instruiu nossas forças a permanecerem nos portões de Cabul, não a entrar na cidade", disse o porta-voz em uma entrevista à BBC. "Estamos aguardando uma transferência pacífica de poder."

Shaheen já vem anunciando o que pode ser considerado uma série de "medidas de governo", mesmo sem o reconhecimento oficial, como o respeito à imprensa, à diplomacia e a autorização para que mulheres possam deixar suas casas sozinhas.

"Asseguramos às pessoas, especialmente na cidade de Cabul, que suas propriedades e suas vidas estão seguras", disse o porta-voz.

Direitos das mulheres
Quando o Talibã governou o Afeganistão pela última vez, de 1996 a 2001, as mulheres não podiam trabalhar, as meninas não podiam frequentar a escola e todas tinham que cobrir o rosto e estar acompanhadas por um parente do sexo masculino se quisessem sair de casa.

As mulheres que infringissem as regras às vezes sofriam humilhações e espancamentos públicos pela polícia religiosa do Talibã que atuava sob uma interpretação bastante rígida da sharia, a lei islâmica.

Desta vez, no entanto, porta-vozes do grupo garantem que irão respeitar os direitos das mulheres, com acesso à educação e ao trabalho – mas com a obrigatoriedade do uso do hijab, lenço que cobre os cabelos e rosto.

Eles também afirmaram que as mulheres terão autorização para deixar suas casas sem a companhia de um membro homem da família. Essa mudança no discurso vem sendo apontada por especialistas em Oriente Médio como uma forma do movimento se aproximar da comunidade internacional.
((Agencias de Noticias AP)

   

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