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Quadrilha suspeita de tráfico colocava espaço aéreo em risco ao fazer voos internacionais sem apresentar planos

31/03/2022 13h25

Foto: Divulgação PF faz operação em sete estados contra o tráfico internacional de cocaína
Mandados de prisão, busca e apreensão foram cumpridos no Tocantins e mais sete estados durante a manhã. Polícia Federal descobriu que os aviões eram queimados após a droga ser descarregada.

O grupo de traficantes investigado por transportar grandes remessas de cocaína para a América Central fazia voos internacionais de forma clandestina, sem declarações e registros de planos de voo, colocando em risco a segurança do tráfego aéreo. A Polícia Federal descobriu, inclusive, que os aviões eram queimados após a droga ser descarregada.

Nesta quinta-feira (31) a PF deu início à operação Tuup para cumprir 28 mandados judiciais emitidos pela a 4ª Vara da Justiça Federal do Tocantins. São seis de prisão preventiva, sete de prisão temporária e 14 ordens de busca e apreensão no Tocantins e mais sete estados.

Durante a manhã três investigados foram presos em Porangatu (GO) e os agentes da PF apreenderam R$ 82 mil na casa de piloto em Sorocaba (SP). O dinheiro estava escondido dentro de uma panela.

O suspeito de chefiar a logística é Cleanto Carlos de Oliveira. Ele mora em Palmas, não foi encontrado em casa e é considerado foragido. A defesa dele informou que ainda está tomando conhecimento das investigações para tomar as providências, mas disse que ele refuta todas as acusações.

As investigações apontam que os aviões eram adquiridos pelo grupo de forma fraudulenta e modificados em um aeródromo privado localizado no município de Nova Ubiratã (MT). As aeronaves eram preparadas para transportar cargas de 400 a 800 kg de cocaína para outros países. O dono do espaço também é investigado.

Segundo a decisão do juiz João Paulo Abe, que autorizou a operação, os aviões não possuíam planos de voos registrados perante o órgão competente da aeronáutica e faziam voos domésticos e internacionais sem registro.

O último avião preparado pelo grupo, por exemplo, possuía um registro indicando saída de Salvador (BA) com destino à Barreira (BA), mas acabou sendo localizado no aeródromo investigado em Nova Ubiratã (MT) sem qualquer retificação no plano.

As outras duas aeronaves utilizadas pelo grupo foram encontradas incendiadas em países da América do Central.

"Restou demonstrado que as duas aeronaves de prefixo PP-EIJ e PT-LDM foram achadas por forças de segurança da Guatemala (em agosto de 2020) e de Belize (em outubro de 2021) em seus respectivos territórios e estavam totalmente destruídas, por meio de incineração, aparentemente de autoria das próprias tripulações", diz trecho da decisão.

No caso do avião encontrado na Guatemala, as autoridades locais ainda encontraram 735 quilos de cocaína próximos aos destroços. A droga, segundo a investigação tem origem incerta, mas seria oriunda da Bolívia, Peru ou Venezuela.

Plano de voo
O plano de voo é um documento obrigatório que deve conter todas as informações essenciais da viagem para garantir a segurança do espaço aéreo. O documento pode ser entregue no formato completo, quando o voo será para uma distância superior ao raio de 40 milhas náuticas (75 quilômetros), ou uma notificação de voo para viagens dentro deste perímetro.

Ambos são obrigatórios e devem ser entregues antes da decolagem à autoridade responsável pelo tráfego aéreo, contendo informações sobre destino, altura, velocidade e tempo de voo, quantas pessoas a bordo, o proprietário e o operador a aeronave, além da carga.

“As informações são principalmente para proteger toda comunidade aeronáutica que está utilizando aquele mesmo espaço, evitando principalmente colisões no ar e para que as autoridades saibam as intenções daquela aeronave específica”, explicou o major Gustavo Bolentini, diretor do Centro Integrado de Operações Aéreas – Tocantins (Ciopaer).

Entenda
A Polícia Federal do Tocantins deflagrou na manhã desta quinta-feira (31) uma operação que investiga uma quadrilha de traficantes. O grupo é suspeito de fazer fretes para transportar grandes remessas de cocaína para a América Central em aeronaves compradas e adaptadas no Brasil.

A Polícia Federal apurou que os aviões adquiridos pelo grupo criminoso foram registrados em nome pessoas que não têm condições financeiras de comprá-los e que não possuem relação com a atividade aeronauta, sendo utilizados como laranjas pelos criminosos.

O nome da operação faz referência a “Tuup” palavra de origem Maia que indica a ação de colocar ou atear fogo, conduta adotada pelo grupo investigado para eliminar possíveis provas deixados nas aeronaves utilizadas nos transportes dos entorpecentes. 
g1 TO/Patrício Reis e Ana Paula Rehbein

   

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