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Saúde

Quase 24 horas após incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso, ainda sai fumaça do Prédio 1

28/10/2020 06h35

Foto: Reprodução/TV Globo Ainda saía fumaça do Prédio 1 do Hospital Federal de Bonsucesso na manhã desta quarta (28)
Incidente causou três mortes de pacientes internados na unidade de saúde. Ainda não se sabe o que causou o fogo.

Quase 24 horas após o incêndio que atingiu o Hospital Federal de Bonsucesso, uma coluna de fumaça ainda pode ser vista de vários bairros do Rio nesta quarta-feira (28). O trabalho de rescaldo dos bombeiros continuou durante a madrugada e prossegue nesta manhã. Foram montadas várias tendas no pátio interno do hospital para facilitar o deslocamento das equipes.

Além dos bombeiros — 40 homens atuam no local —, só estão autorizados a entrar na unidade funcionários. Até as 8h desta quarta-feira, 179 pacientes foram levados para outras unidades, 37 tiveram alta e 11 ainda aguardavam transferência.

Foto: Reginaldo Pimenta/Agência O Dia/Estadão Conteúdo


Pacientes foram retirados às pressas do Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio 

A suspeita é que o fogo tenha sido causado por um problema elétrico, mas somente a perícia poderá confirmar essa informação. A Polícia Federal abriu um inquérito para apurar causas do incêndio.

Ao todo, 162 pacientes estavam no Prédio 1, onde o fogo começou. Três pacientes que estavam internados e chegaram a ser socorridos não resistiram e morreram durante a transferência da unidade.

As vítimas são duas mulheres que tinham Covid-19 e estavam internadas em estado grave no 3º andar do Prédio 1. A terceira vítima foi confirmada pelo Ministério da Saúde, mas o nome e a idade não foram divulgados.

Na noite de terça-feira (27), o Corpo de Bombeiros recomendou que o hospital esvaziasse dois dos seis prédios que formam o complexo hospitalar. Estavam internados nos edifícios quase 300 pacientes, que seriam transferidos para outras unidades de saúde.

Os bombeiros começaram a combater o fogo na manhã de terça. O trabalho, que contou com dezenas de bombeiros de pelos menos 12 quartéis, continuou durante todo o dia.

Hospital
O Hospital Federal de Bonsucesso é composto por seis alas - duas delas tem internações.

Prédio 1 (onde começou o fogo): Emergência, internações e exames de imagem.
Prédio 2: Centro de atenção à mulher, à criança e ao adolescente
Prédio 3: Oncologia clínica e perícia médica
Prédio 4: Administração
Prédio 5: Laboratório, centro de estudos e residência médica
Prédio 6: Ambulatório

Vítimas
As duas mulheres que morreram após o incêndio eram pacientes em estado grave e internadas no 3º andar do Prédio 1. No espaço destinado a pessoas infectadas pelo novo coronavírus, estavam 23 pacientes hospitalizados quando o fogo começou.

Houve ainda uma terceira morte confirmada pelo Ministério da Saúde na terça à noite, mas não foram divulgadas mais informações sobre a vítima.

A primeira vítima a ser identificada foi a radiologista Núbia Rodrigues, de 42 anos. Moradora da Penha, também na Zona Norte, ela estava internada em estado gravíssimo do Centro de Terapia Intensiva (CTI) da unidade de saúde com Covid-19.

O filho de Núbia, Patrick Machado, afirmou à TV Globo que a mãe tinha uma saúde boa, sem comorbidades, mas que começou a se sentir mal na quarta-feira (21), com sintomas do novo coronavírus. Depois, o estado de saúde dela piorou.

Núbia chegou a ser transferida para o Prédio 2, mas não suportou a troca de local e morreu.

A segunda vítima, uma idosa de 83 anos, não teve a identidade revelada. A assessoria do hospital informou que ela estava no CTI coronariano da unidade já em estado grave. Ela também não teria suportado a transferência e morreu.

Início do fogo
A direção do Hospital Federal de Bonsucesso informou que o fogo começou no subsolo do Prédio 1, por volta das 9h45. No local, segundo o comunicado, ficava o almoxarifado da unidade de saúde, com mais de 30 mil fraldas descartáveis guardadas. Essa seria uma explicação para a dificuldade dos bombeiros em controlar as chamas.

O Prédio 1 é considerado o principal edifício do complexo hospitalar (veja abaixo o que funcionava em cada prédio). Lá funcionava a emergência e também ficavam pacientes internados. Além disso, era no edifício que eram realizados exames de imagem da unidade de saúde.

Sem certificado dos bombeiros
À tarde, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Leandro Monteiro, que foi acompanhar o trabalho dos militares, disse que o hospital "não estava adequado" e tinha duas notificações, além de dois autos de infração emitidos pela corporação.

A unidade, concluiu o comandante, "não possui certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros”.

“Eu já tinha conversado com o diretor do hospital. O hospital possui duas notificações e dois autos de infração junto à corporação. É muito difícil, quase impossível, interditarmos um hospital com aproximadamente 600 leitos", disse Monteiro.

Relatório indicava problemas
Um alerta para um possível incêndio no Hospital de Bonsucesso já havia sido emitido pela Defensoria Pública da União (DPU) em ofício enviado à direção da unidade em meados de outubro.

No documento, a Defensoria pediu que os gestores dessem explicações sobre a estrutura de combate a incêndios da unidade. Um relatório de abril deste ano indicava que o prédio tinha diversos problemas que poderiam se transformar em um grande incêndio.

Em outro ofício, a DPU solicitou ao Corpo de Bombeiros que apurasse as condições de funcionamento do hospital, e checasse principalmente se havia planos de gerenciamento de riscos e combate a incêndios e situações de pânico.

Investigação
A Polícia Federal abriu um inquérito para apurar as circunstâncias do incêndio e o governador do Rio de Janeiro em exercício, Cláudio Castro, informou que o estado também deverá investigar o que ocorreu.

"O protocolo do estado é que, primeiramente, entre o Corpo de Bombeiro e a Defesa Civil apagando o incêndio e socorrendo as vítimas. Logo após, entra a Polícia Civil com todo o processo de perícia. A fase agora é de perícia. Após a perícia, podemos abrir inquérito para que possamos encontrar o que aconteceu", comentou o governador.

Transferências
Os pacientes do Hospital Federal de Bonsucesso foram transferidos para várias unidades de saúde do Rio. Confira abaixo os hospitais que receberam os pacientes:

Transferidos para hospitais municipais

Souza Aguiar
Evandro Freire
Maternidade Fernando Magalhães
Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda
Ronaldo Gazolla
Hospital de Campanha do Riocentro
Albert Schweitzer
Maternidade Leila Diniz
Maternidade Carmela Dutra
Hospital da Mulher Mariska Ribeiro
CER Leblon

Transferidos para hospitais estaduais

Getúlio Vargas
Carlos Chagas
Hospital Anchieta
Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro
(Da  TV Globo e G1 Rio/Rogério Coutinho, Lívia Torres, Fernanda Rouvenat e Nathalia Castro)

   

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