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Coluna do Zé

Miracema, 71 anos de vida; Moisés, um ano de morte.

25/08/2019 05h08

Neste dia 25 de agosto, Miracema do Tocantins completa 71 anos de emancipação política. De 1948 a 2019, a outrora “pacata cidade de Miracema do Norte” – como foi cantada pelos conservadores da cidade – sobreviveu á tempestades e conviveu com a bonança.

Antes de libertar-se do julgo de Santa Maria do Araguaia (hoje Araguacema), Miracema foi Bela Vista – nome dado pelo primeiro morador, Pedro Praxedes, no início dos anos 20. Já nos anos 40, o saudoso Américo Vasconcelos batizou o distrito com o nome de Miracema do Norte.

No Rio de Janeiro já tinha um município chamado Miracema (no Norte Fluminense). Como o governo Getúlio Vargas proibia a duplicidade de nomes, um fatídico decreto de dezembro de 1943, denominava o distrito com a toponímia de Cherente (com ch mesmo), que prevaleceu até 25 de agosto de 1948, quando os saudosos João Reis, Américo Vasconcelos, Zacarias Rocha, Elias Bozaipo e Delfino Araújo, foram buscar uma legenda com o então senador Domingos Velásquez, em Goiânia – já que o PSD e a UDN estavam nas mãos de um casal em Santa Maria do Araguaia – para disputar as eleições.

Contra tudo e quase todos, João Reis foi eleito prefeito e os quatro amigos elegeram-se vereadores. O primeiro ato foi a Resolução Nº 1, de autoria do vereador Delfino Araújo, que desmembrava o distrito, criando assim o município de Miracema de Goiás.  O pós nome não agradou a população, quando um plebiscito promovido por Américo Vasconcelos, trocou por do Norte.

A partir daí, a pacata cidade ganhou projeção nacional, confrontando inclusive, sua homônima do Rio de Janeiro. Foi invadida pelas águas do Rio Tocantins, em 1980, quando ressurgiu das cinzas; foi cantada pela Banda Blitz na composição “A Dois Passos do Paraíso”; serviu de útero e berço para o nascimento do Estado do Tocantins, quando foi primeira capital, embora em caráter provisório.

Deixou de ser capital antes do tempo, devido a divergências entre os governantes estadual e municipal,  e mergulhou num caos social. Mas, novamente ressurgiu das cinzas.

Tornou-se sede de uma subestação da Eletronorte, tem, em suas terras, a primeira Usina Hidrelétrica privatizada do País, construiu uma ponte sobre o Rio Tocantins, tem uma Universidade Federal, entre outros.

Hoje, os miracemenses revivem o julgo da tempestade: após eleger um promissor político para administrar a terra de Pedro Praxedes, com quase 85% dos votos, viu a esperança sucumbir por um tiro cruel e fatal, quando assassinaram seu prefeito de apenas 44 anos de idade, dias depois de comemorar os 70 anos de Miracema, inaugurando as obras que outros políticos prometeram, mas não cumpriram.

Neste dia 30 de agosto, ao completar um ano do crime ainda sem elucidação, essa tempestade volta a transbordar os corações dos miracemenses derramando angustia, dor e o sentimento de que, em Miracema, o crime compensa.
 

   

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