Tocantins, 26 de April de 2024 - Mira Jornal - 00:00

Esporte

Itália vai à final da Euro com brilho de Jorginho, candidato a melhor do mundo que cansou de esperar a CBF

07/07/2021 07h14

Foto: CARL RECINE / Pool via REUTERS
Chiesa e Morata fazem os gols do 1 a 1 no tempo normal, mas atacante da Juventus e Olmo desperdiçam cobranças, e Jorginho converte penalidade decisiva para levar Azzurra de volta à decisão

Ao se naturalizar italiano, Jorge Luiz Frello Filho não imaginava o tamanho da história que escreveria com a tradicional camisa da Azzurra. Diante de quase 60 mil torcedores em Wembley, em Londres, Jorginho converteu com talento e estilo o pênalti decisivo na disputa com a Espanha e deixou a Itália a um passo de pôr fim a uma espera de 53 anos e conquistar o bicampeonato da Eurocopa.

Nascido em 1991 em Imbituba, cidade catarinense mais conhecida por suas ondas do que pelo futebol, Jorginho não chegou a jogar profissionalmente no Brasil. Descendente de italianos, se mudou para a Itália aos 15 anos e iniciou nas categorias de base do Verona. O volante despontou no Napoli, mas jamais esteve no radar da seleção brasileira.

Assim, o convite da Azzurra se tornou irrecusável. Hoje, aos 29 anos, é candidato ao prêmio de melhor do mundo e chegou em todas as finais possíveis desde que foi contratado pelo Chelsea, em 2018: Liga dos Campeões, Liga da Europa, FA Cup, Copa da Liga Inglesa e Eurocopa. No final do ano, disputará o Mundial de Clubes.

“A seleção brasileira sempre vi como uma coisa muito distante, pelo fato de nunca ter atuado no Brasil profissionalmente e ter chego aqui com 15 anos de idade. Então, como a Itália abriu as portas para mim, eu não podia fechar. Pesou muito essa questão de ter vindo bem cedo”, contou, em entrevista à ESPN, em 2018.

Leia também: Boris Johnson estende horário de funcionamento de pubs na Inglaterra para final da Euro

Outra história curiosa da infância de Jorginho é o modo como surgiu nele a paixão pelo futebol. Diferentemente da maioria, o jogador teve sempre como inspiração no futebol a própria mãe, que chegou a atuar como atleta amadora.

“Eu sabia que, para a minha mãe, aquilo significaria muito. A gente vem de Imbituba, de uma família simples, de uma cidade pequena, até chegar em Londres e ver a camisa do filho pendurada em todo lugar”, contou um emocionado Jorginho, ao Esporte Espetacular.

“Eu era perna de pau. Desculpa, pai. Mas a mãe que tinha o talento”, brincou. “Eu via muito ela jogando. Onde ela ia, eu estava atrás dela. Para todo lado que ela ia, eu queria estar junto.”

Jorginho e Emerson Palmieri, outro brasileiro naturalizado, são os únicos que podem ser campeões da Champions e da Euro na mesma temporada.

Vice-campeã em 2000 e 2012, quando foi derrotada justamente pela Espanha, a Itália foi campeã europeia apenas em 1968, na terceira edição do torneio. Com o empate em 1 a 1 ontem no tempo normal, a seleção treinada por Roberto Mancini alcançou impressionantes 33 jogos de invencibilidade. Está a dois do recorde mundial de Espanha (em 2009) e Brasil (1996).

Para entender o tamanho da classificação da Itália, é preciso olhar para a história. A Espanha jamais havia sido eliminado em uma semifinal de Eurocopa — havia disputado quatro e se classificado em todas (campeã em 1964, 2008 e 2012 e vice em 1984). Também nunca havia sido derrotada em disputa de pênaltis no torneio continental. Até esta terça-feira.

Feito coletivo
O gol italiano foi marcado por Chiesa, que fez a Azzurra se tornar a segunda seleção da história da Euro a ter cinco jogadores diferentes com dois ou mais gols em uma mesma edição (Chiesa, Pessina, Insigne, Immobile e Locatelli). Apenas a França, em 2000, atingiu esse feito — e ficou com o título.

— Não consigo descrever minha emoção com palavras — disse Chiesa.

—Estamos muito felizes, o mérito é todo dos jogadores, que sempre acreditaram. Agora nos falta o último passo, e temos que nos recuperar, porque hoje foi um jogo muito exigente. Sofremos com a posse de bola da Espanha, mas chegamos à final — disse o treinador italiano Roberto Mancini.

Do outro lado, uma guerreira Espanha viu o criticado Álvaro Morata, defendido com unhas e dentes pelo técnico Luis Enrique, se tornar o maior artilheiro espanhol em Euros com seis gols, superando Fernando Torres, com cinco.

Porém, no momento decisivo, a Itália levou a melhor. Morata, candidato a herói, desperdiçou a cobrança, assim como Dani Olmo, um dos melhores em campo.

— Isso é futebol. Fomos melhores, o nosso jogo prevaleceu, não merecíamos ficar atrás. Sinto muito orgulho por todos os meus companheiros, pelo grupo, pelo torneio que realizamos. Deram a Itália como favorita, mas fomos superiores — analisou o capitão Sergio Busquets.
(Do GE/Marcello Neves)

   

Comentários (0)

  • Nenhum comentário publicado. Clique aqui para comentar.

Mais vídeosVideo Mira

Comente

  • deu na imprensa
    13/04/24 10h30
    A Executiva do PT de Palmas aprovou em plenária a formação de um bloco político junto com a prefeita Cinthia Ribeiro...
  • deu na imprensa
    13/04/24 10h26
    O Presidente do MDB Estadual do Tocantins, Marcelo Miranda recebeu na noite da última quinta-feira, 11, os...
  • Tonny Lyus
    24/03/24 09h29
    Parabéns ao Zé do Rádio, pela belíssima matéria do passamento do Carlos Fernando da Costa, conhecido como...
VER TODOS OS COMENTÁRIOS

Galeria de Eventos

Jornal Impresso

Em Breve
2010 c Mira Jornal. Todos os direitos reservados.